Injecções de compactação

Esta técnica baseia-se na injeção no solo de uma argamassa de baixa mobilidade com elevado atrito interno, de modo a que a injeção permaneça concentrada no ponto de aplicação, sem penetrar nos poros do solo. O material injetado provoca um deslocamento lateral em torno do ponto de aplicação, causando assim uma densificação e estabilização do solo em torno da área tratada. Além disso, a percentagem de vazios no solo é consideravelmente reduzida em resultado da reorganização das partículas do solo.

O endurecimento da injeção confere resistência e dureza ao solo tratado. A tensão vertical da camada de solo tratado tem de garantir que a argamassa de baixa mobilidade desloca o solo horizontalmente, sem causar uma elevação na superfície.

A técnica de injeção de compactação foi utilizada pela primeira vez nos anos 50 nos Estados Unidos. Trata-se de uma técnica de melhoramento do solo que, embora assente num conceito relativamente simples, engloba complexidades que dependem da mecânica dos solos, das propriedades reológicas da argamassa, bem como das dificuldades inerentes aos processos de perfuração e injeção. Requer o controlo de especialistas capazes de gerir estes factores e que determinam o sucesso final da execução desta técnica.

Foi nos anos 90 que a Keller começou a utilizar as injecções de compactação na Europa, seguindo a boa experiência adquirida nos Estados Unidos, desenvolvendo e melhorando a técnica, com base numa multiplicidade de desenhos empíricos. Hoje é uma técnica que se estendeu a vários tipos de projectos, com a caraterística comum de resolver problemas relacionados com estruturas em serviço e sensíveis a possíveis assentamentos.

Os parâmetros de projeto a respeitar pelas injecções de compactação são:

• Taxa de inclusão/volume de injeção: entre 5 e 15 %.
• Injeção na retirada
• Sequência de injeção do furo: visando o maior confinamento possível do solo
• Espaçamento entre furos: 1 a 3,5 m
• Etapas ou fases de injeção: 0,20 - 0,50 m
• Pressão de injeção: entre 5 e 30 bar
• Velocidade de injeção: entre 10 e 90 l/min

• Argamassa de baixa mobilidade: cone de Abrams entre 3 e 8 cm

  A argamassa a injetar deve ter uma dosagem que garanta a sua bombeabilidade com pouca água de amassadura, bem como um elevado atrito interno, de modo a mantê-la como uma massa homogénea em expansão. A resistência caraterística à compressão simples aos 28 dias é normalmente superior a 5 Mpa.